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Afinal de contas, o que é luto?

Atualizado: 1 de nov. de 2021




Parece uma definição muito simples: luto é o sentimento que temos quando perdemos alguém, certo? Errado. O luto vai muito além da perda de entes queridos e não é um sentimento, é um estado. Luto é tudo aquilo que envolve mudanças ou perdas e pode ser classificado de duas formas: luto concreto e luto simbólico.


O luto concreto é o mais conhecido do público geral: o estado em que ficamos ao entrarmos em contato com a morte, seja ela literal ou ao receber o diagnóstico terminal de um ente querido ou o próprio. Também considera-se luto concreto os pacientes que porventura estejam passando pelo processo de amputação de um membro. Em suma, lutos concretos são aqueles que estão relacionados à perda da vida ou da saúde. Mas a vida vai muito além da sensação de perda relacionada à morte...e é aqui que entra o conceito de luto simbólico. Tudo aquilo que nos gera desconforto ou sensação de perda da realidade que conhecemos pode ser interpretado como luto simbólico. E aqui é que você se surpreende: o ganho excessivo de peso ou a sua perda em excesso representam luto; uma mudança de cidade ou país pode ser um processo de luto; um divórcio, a perda de um emprego (ou até uma promoção) podem implicar num processo de luto. Porque luto é um estado que ficamos quando enfrentamos uma mudança de vida.


Pesquisas já mostraram que uma pessoa tem, em média, 20 lutos ao longo da vida, em processos completamente individuais. Parece muito, mas vale dizer aqui que não são, necessariamente, 20 experiências ruins de vida. Lembra-se que falamos que lutos simbólicos estão relacionados à mudanças de vida? Pois é... mudanças não são sempre ruins, mas representam uma perda de quem fomos até aquele momento. Uma adolescente que menstrua pela primeira vez passa por um processo de luto: a criança que ela era até

então fica para trás e ela precisa se adaptar a esse novo mundo como mulher; um homem que se torna pai precisa se reinventar nessa nova função, um processo de redescoberta e perda daquela pessoa que ele foi até o nascimento do filho. Dois exemplos que não estão relacionados à experiências negativas de vida, mas que implicam em se reconhecer e se conectar com uma nova versão de quem fomos até aquele momento.


E precisamos falar sobre o luto. Sobre todos eles. Precisamos falar sobre morte, sobre o medo do desconhecido, sobre as dificuldades da maternidade, sobre como estar em um cargo de liderança pode ser solitário. Porque tudo isso é luto e precisa deixar de ser um tabu.


Estamos fazendo a nossa parte com esse post e esperamos que você faça a sua. Como? Não tendo vergonha de viver os seus lutos e praticando a empatia e o acolhimento para ajudar quem está ao seu redor na vivência dos lutos deles. Porque de verdade a vida é sobre isso...aprender, evoluir e dividir.


Até o próximo post!


Equipe Porto


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